Eu confesso que amo.

Um tipo de amor que nem mesmo eu entendo. No que aliás não há surpresas...quem é que entende o amor?

Confesso que amei por toda a minha vida. Amei de modo desconcertante. No que aliás também não há surpresas...quem é que já viu um amor que não desarranje tudo o que se pensa pronto?

Confesso ainda, que hei de amar sempre. E que quanto a isso não espero equilíbrio ou amadurecimento. Espero surpresas.

Hoje é meu aniversário.

Hoje é meu aniversário.

Não sei o que devo comemorar em dias como esse... Cada ano que percorri ou a caminhada adiante?
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Tenho que confessar que meus sentimentos são de aflição, o tempo está passando e tenho muito o que fazer.

Acabo de completar 38 anos e sinto-me um bebê, diante da lista de afazeres que "ganhei para nascer". Ainda mais por que, ao contrário de diminuírem, as incumbências foram aumentando à medida que tomava consciência das coisas ao meu redor.
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Sim, plantei uma árvore, tive dois filhos e amei muito. Até escrevi um livro, embora não o tenha publicado. Mas e daí? Não sinto minha consciência mais leve, muito menos tenho motivos para soltar rojões.
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O que quero?

Quero ser menos egoísta, fazer minha parte para um mundo melhor (se já fiz algo,
não foi produtivo pois o mundo está mais quente no clima e frio nas reações humanas, mais seco, mais pobre...), quero criar meus filhos como quem cuida dos frutos da única árvore para que sejam bons (para eles próprios, para os passarinhos, para o solo...o que vier depois), quero fazer mais sexo-seguro e amor livre das demais cobranças (além do sexo seguro) por que cobrança e amor são incompatíveis, quero conhecer mais pessoas sábias com exemplos que fortaleçam o bem em mim.
Enfim, quero apreender e fazer muito mais antes que as varizes avolumem-se, a energia escasseie e fim.

Precisava muito encontrar o caminho. Andava vivendo o que parecia adequado, imagine... Respirava somente o quanto devia e continha a visão num espaço seguro.

Essa mulher de quase 38 anos, de mãos tão grandes e adequadas estava em último lugar em sua própria vida.

Agora enche os pulmões e sente aquelas cócegas, como se fosse tossir. Extrapola as fronteiras do que convém e deixa a visão, ainda nublada, perambular sem medo pelas incertezas.

Meu blog, meu umbigo.

Por que as pessoas têm criado tantos blogs?

Todos os tipos de pessoas...adolescentes-estudantes, adultos com a vida tão corrida que nem tem tempo de escrever bilhetes para quem amam, idosos com tanto tempo para se dedicar ao ócio, aos netinhos, às leituras... Até crianças.

Pois foi minha filha de 12 anos que ao criar o blog "Fala sério....." fez brotar em mim a necessidade de entrar nessa.

Eu queria sugerir "pautas", corrigir erros de português, reclamar da linguagem. Não sei se assumia a postura de mãe, professora, jornalista ou chata - bem, acho que chata não há como negar - enfim, queria protegê-la das interpretações errôneas de quem quer que lesse o que minha menininha queria expressar.

"Ah mãe, fala sério!"

Ela tinha razão em dizer que era bobagem.
Nos blogs como na vida palpável, cada um interpreta de acordo com o seu umbigo. E os umbigos andam cada dia mais diferentes, estranhos, cheios de artifícios/artificialidades...

Então para quê as pessoas fazem blogs? Por que eu faria um blog?

Não sei ainda, mas tenho uma suspeita:

Talvez não ande reconhecendo o meu próprio umbigo.